Conforme evidencia Paulo Cabral Bastos, cidades fantasmas são locais que já foram habitados, muitas vezes com intensa atividade econômica e social, mas que, por diferentes razões — como desastres naturais, guerras, crises econômicas ou mudanças nas rotas comerciais — foram abandonados. Apesar de estarem vazias, esses lugares mantêm marcas visíveis de sua antiga vitalidade: casas em ruínas, igrejas solitárias, ruas desertas, escolas fechadas.
O que fascina as pessoas é justamente esse contraste entre o passado e o presente, o silêncio que ecoa histórias esquecidas e a sensação de que o tempo parou. Há uma aura quase mística que envolve essas cidades, transformando-as em destinos que atraem tanto aventureiros quanto amantes de história e fotografia. Saiba mais, a seguir!
Quais são algumas das cidades fantasmas mais famosas do mundo?
Algumas cidades fantasmas se tornaram mundialmente conhecidas não apenas pelo abandono, mas pelas histórias impressionantes que carregam, pontua Paulo Cabral Bastos. Um exemplo marcante é Pripyat, na Ucrânia, evacuada após o desastre nuclear de Chernobyl em 1986. Hoje, ela é um dos destinos mais visitados da região, com visitas guiadas que revelam os restos de uma vida congelada pelo medo da radiação.
Nos Estados Unidos, Bodie, na Califórnia, é uma antiga cidade da corrida do ouro preservada como parque histórico, com prédios intactos e mobiliários originais. Já no Japão, a ilha de Hashima, também conhecida como “Battleship Island”, impressiona por suas ruínas industriais futuristas. Cada uma dessas cidades oferece uma viagem ao passado, em cenários quase cinematográficos.
O que leva uma cidade inteira a ser abandonada?
O abandono de uma cidade pode ter múltiplas causas, quase sempre ligadas a fatores econômicos, ambientais ou políticos. Paulo Cabral Bastos explica que no caso de cidades mineradoras, por exemplo, quando o recurso natural se esgota ou se torna inviável economicamente, os moradores tendem a buscar novas oportunidades em outros lugares.

Desastres naturais como terremotos, enchentes ou erupções vulcânicas também podem obrigar populações inteiras a deixarem suas casas. Em alguns casos, decisões políticas ou estratégicas causam o esvaziamento: foi o que aconteceu com cidades inundadas por represas ou zonas de exclusão militar. O fato é que esses lugares guardam não só estruturas físicas, mas narrativas complexas sobre deslocamento, perda e transformação.
É seguro visitar uma cidade fantasma?
Em geral, visitar cidades fantasmas pode ser seguro — e fascinante — desde que o turista tome as devidas precauções. Muitas dessas áreas são abertas ao público e possuem infraestrutura mínima, com trilhas sinalizadas e guias especializados. No entanto, outras podem apresentar riscos estruturais, como prédios prestes a desabar, presença de animais peçonhentos ou até contaminação ambiental, como no caso de áreas afetadas por radiação.
No entanto, Paulo Cabral Bastos destaca que o turismo em cidades fantasmas tem crescido porque oferece uma experiência diferente do convencional. Em vez de glamour e agitação, o visitante encontra silêncio, contemplação e uma atmosfera carregada de história. Para muitos, caminhar por esses locais é como folhear as páginas de um livro antigo, onde os detalhes do cotidiano estão preservados na poeira, nos muros grafitados e nos objetos esquecidos.
Por que explorar cidades fantasmas é também uma forma de conhecer a si mesmo?
Explorar cidades fantasmas é, em muitos sentidos, um mergulho interior, ressalta Paulo Cabral Bastos. Esses lugares silenciosos e carregados de simbolismo nos confrontam com a passagem do tempo, com o abandono e com a efemeridade das coisas. Eles despertam reflexões sobre progresso, ruína, pertencimento e permanência. Caminhar por ruas vazias, observar objetos do cotidiano deixados para trás, imaginar as vidas que ali existiram — tudo isso provoca um tipo de introspecção que o turismo tradicional muitas vezes não oferece.
Por fim, ao visitar esses cenários do passado, os viajantes também visitam partes esquecidas de si mesmos, reconhecendo que a história das cidades é, de alguma forma, a história da humanidade.
Autor: Nathwil Ruth
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