Feminicídio brutal em Sinop reascende debate sobre prisão perpétua, diz Buzetti

Senadora disse que tem ressalvas sobre a pena de morte, mas acredita que a crueldade demonstrada em crimes dessa natureza são a prova que os suspeitos não têm mais recuperação

A senadora Margareth Buzetti (PSD) afirmou que o feminicídio de Bruna de Oliveira, de 24 anos, em Sinop (a 480 km de Cuiabá), na madrugada de domingo (2), reascende o debate sobre a liberação da prisão perpétua no Brasil.

Defensora do endurecimento das leis penais diante de crimes contra mulheres e autora do projeto de lei 4266/2023, chamado de “pacote antifeminicídio”, a senadora disse que tem “ressalvas” sobre a pena de morte, porém, acredita que a crueldade demonstrada em assassinatos dessa natureza é a prova de que os criminosos não têm mais recuperação.

“Precisamos começar a falar de prisão perpétua. Pena de morte, tenho algumas ressalvas, porém, acho que tem crime que não tem o que fazer, que a pessoa não tem solução e tinha que ficar fechado o resto da vida para pensar no que fez”, falou Margareth Buzetti à imprensa nesta segunda-feira (3).

O pacote antifeminicídio passou no Senado e tramita na Câmara dos Deputados. O PL recebeu parecer favorável da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e aguarda ser apreciado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Margareth frisou sua expectativa para que o relator valide o texto para a matéria ser votada pelos deputados federais. Quatro requerimentos de urgência foram protocolados para acelerar a discussão.

“Espero que meu projeto seja aprovado, pois aconteceu mais um feminicídio horroroso em Sinop e ele está parado lá na Câmara, com quatro requerimentos de urgência. Já está com o relator. Dentro do Senado, tenho o maior apoio em tudo o que faço”, disse a Margareth.

A senadora lamentou a brutalidade com a qual Bruna de Oliveira foi executada, supostamente, pelo namorado Wellington Honorato dos Santos, de 32 anos, que ainda é acusado de arrastar o corpo dela preso a uma moto até área de vegetação onde a vítima foi abandonada.

Buzetti acredita que a demora para aprovar projetos de lei semelhante ao pacote antifeminicídio é mais uma violência cometida contra as mulheres.

“Chega dá uma coisa … Horrível isso. (A demora) é mais uma violência contra as mulheres”, finalizou a senadora.